Extradição de “senhor das armas” e esposa é pedida pela Justiça Federal da Bahia
A Justiça Federal da Bahia tomou uma decisão crucial ao solicitar a extradição de Diego Dirísio e Julieta Aranda, um casal preso na Argentina, acusados de liderar uma vasta rede de tráfico internacional de armas. Este esquema fornecia armamento para facções criminosas brasileiras notórias, como o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC), envolvendo a entrega estimada de 43 mil armas.
Detalhes da operação e prisão
O casal foi detido no início de fevereiro na Argentina, sob a acusação de serem os cabeças de um complexo esquema que operava a venda de armas adquiridas na Croácia e outros países da Europa, para depois serem enviadas ao Paraguai e vendidas a grupos criminosos em Ciudad del Este, na fronteira com Foz do Iguaçu (PR).
A investigação da Polícia Federal
Iniciada em 2020, a investigação da Polícia Federal brasileira, com o apoio do Ministério Público Federal (MPF) e cooperação internacional, desvendou a rede que Diego Dirísio utilizava para a comercialização de armas, que incluía doleiros e empresas de fachada no Paraguai e em Miami, EUA. A operação resultou na apreensão de 659 armas em diversos estados brasileiros.
Impacto no crime organizado
Flávio Albergaria, superintendente da Polícia Federal na Bahia, enfatizou a importância da extradição como uma resposta significativa ao crime organizado e ao tráfico internacional de armas, destacando a necessidade de os acusados serem julgados e condenados no Brasil.
O caminho das armas
O esquema envolvia a importação de milhares de armas de fabricantes europeus, que eram revendidas às maiores facções criminosas do Brasil. Entre novembro de 2019 e maio de 2022, a empresa de Dirísio importou 7.720 pistolas de um fabricante na Croácia, além de fuzis, rifles, pistolas e revólveres de outros países, totalizando mais de 16.669 armas.