Nuances no caso do afastamento do Vice-Diretor da Abin
O cenário que culminou no afastamento de Alessandro Moretti, o então número 2 da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), revela complexidades, com a Polícia Federal (PF) não atribuindo diretamente a ele a declaração considerada estopim de sua demissão. Este desenvolvimento surge em meio às investigações sobre a chamada “Abin Paralela”.
Contexto da declaração
Durante uma reunião em março do ano passado, atribuiu-se a Moretti uma fala que sugeria um entendimento político das investigações em curso. Entretanto, a transcrição do depoimento de um servidor da Abin, presente na reunião, indica que a declaração foi relacionada à “direção-geral” da agência, e não especificamente a Moretti.
Detalhes da investigação da PF
A investigação conduzida pela PF sobre o uso do software espião FirstMile durante a gestão de Jair Bolsonaro colocou em cheque a atual direção da Abin. Documentos e depoimentos apontam para uma possível tentativa de dificultar as apurações sobre a vigilância ilegal de adversários do governo.
Reações e procedimentos
A demissão de Moretti por ordem do presidente Lula ocorreu dias após a divulgação de partes do relatório da PF, que alimentaram a percepção de que a atual gestão da Abin poderia estar obstruindo a justiça. A definição de estratégias e a natureza das reuniões entre os servidores da Abin e sua direção estão entre os pontos de interesse da investigação.
Posição da Abin e desdobramentos futuros
Enquanto a Abin afirma colaborar com as investigações, o episódio destaca as tensões entre a necessidade de transparência nas operações de inteligência e a proteção de informações sensíveis. A resposta da justiça às ações da Abin, especialmente a petição para centralizar as investigações no STF, sugere uma fase crítica no escrutínio das atividades da agência.