sexta-feira, 5 dezembro 2025
spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

Tarifaço de Trump ameaça exportações de cacau baiano e pode derrubar mercado

Medida dos EUA pode comprometer competitividade dos derivados do cacau produzidos no sul da Bahia.

O cacau vai cair? Tarifaço de Trump deve afetar exportações baianas de derivados do produto

Exportações de cacau da Bahia podem ser impactadas por nova tarifa dos EUA. Indústrias e entidades do setor alertam para perdas e pedem medidas diplomáticas.

O setor cacaueiro da Bahia está em alerta após a confirmação do novo pacote de tarifas imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que entra em vigor no próximo dia 6 de agosto. Além de frutas como a manga do Vale do São Francisco, os derivados de cacau produzidos no sul do estado estão entre os produtos que podem ser diretamente afetados.

Fique ligado! Participe do nosso canal do WhatsApp! Quero Participar

Segundo a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), apenas no primeiro semestre de 2024, as exportações baianas de manteiga, gordura e óleo de cacau para os EUA ultrapassaram US$ 45 milhões. Os principais players desse mercado são as gigantes Cargill, Joanes e Barry Callebaut, que operam a partir de Ilhéus e região. Até o momento, as empresas não comentaram os potenciais impactos da medida.

Setor pede reação urgente do governo brasileiro

Em nota oficial, a Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC) destacou que a nova tarifa compromete a competitividade dos derivados brasileiros no mercado internacional. A entidade defende a adoção de medidas diplomáticas e comerciais para evitar prejuízos mais severos, mas ainda não apresentou uma estimativa de perdas.

“Essa sobretaxa reduz a competitividade do Brasil frente a outros países exportadores, como Costa do Marfim e Gana, que poderão se beneficiar da situação”, alerta um trecho do comunicado.

Cacau da Bahia em crescimento recorde

A preocupação vem em um momento em que o setor cacaueiro baiano vive uma fase histórica de crescimento. De janeiro a junho de 2024, as exportações saltaram 119%, com faturamento recorde de US$ 434 milhões, movimentando 46 mil toneladas de derivados de cacau.

Os principais polos produtores estão localizados no sul da Bahia, especialmente nos municípios de Ilhéus, Wenceslau Guimarães e Uruçuca, onde a cadeia produtiva do cacau é um dos pilares da economia local.

Riscos e incertezas

Com o tarifaço, há risco de retração no volume exportado, perda de contratos internacionais e desaceleração da produção local, o que pode impactar desde grandes indústrias até pequenos produtores da região.

O governo brasileiro ainda não se manifestou oficialmente sobre contramedidas ao novo pacote de tarifas de Trump, mas setores como o do cacau e da fruticultura aguardam com urgência um posicionamento firme.

“Se não houver reação rápida, podemos perder anos de avanço na reestruturação da cacauicultura baiana”, alerta um especialista da cadeia produtiva.

O futuro do chocolate brasileiro e do cacau baiano agora depende de como o Brasil lidará com esse desafio diplomático e comercial.

COMPARTILHE ESTE POST:

Gabriel Figueiredo
Gabriel Figueiredo
Gabriel Figueiredo, jornalista baiano, nascido em Feira de Santana, com mais de 15 anos de experiência, é referência em notícias locais e inovação do Minha Bahia.
MAIS NOTÍCIAS

Mais populares