No palco montado na Praça João Martins, artistas como Manu Batidão, Marquinhos Navais, Escandurras e Forró Didaendoido levaram uma multidão ao delírio, transformando o espaço em um grande terreiro de celebração junina com sotaque suburbano, muito calor humano e identidade cultural preservada.
Manu Batidão, estrela da noite, trouxe uma apresentação intensa, cheia de ritmo e presença de palco, que arrastou corações e pés para o centro da praça. Em um show que mesclou batidão romântico com hits que viralizam nas redes, ela soube falar diretamente com o público de Paripe — diverso, vibrante e acostumado a transformar cada show em experiência coletiva. Marquinhos Navais e Escandurras levantaram a galera com um repertório envolvente, misturando forró, arrocha e pop baiano com naturalidade. O Forró Didaendoido, por sua vez, fez jus ao nome e manteve a energia lá em cima, com muito arrasta-pé e aquele tempero autêntico do São João raiz.
O clima era de pertencimento, com moradores celebrando não apenas a música, mas a própria possibilidade de viver o São João com dignidade, perto de casa, com estrutura e atrações de peso. Em um território muitas vezes à margem das grandes festas da cidade, o evento foi um reconhecimento da potência cultural do Subúrbio.
Mas a festa não se traduziu apenas em aplausos e alegria. O impacto econômico no bairro foi visível: ambulantes comemoravam o movimento intenso, comerciantes locais viram seus estoques de bebidas, comidas típicas e insumos esgotarem mais rápido que o previsto, e até serviços de beleza, como salões e barbearias, registraram aumento na demanda nos dias que antecederam o evento. Para muitos trabalhadores informais, o São João em Paripe não é apenas lazer — é renda garantida, é o mês do alívio financeiro. Estima-se que centenas de pessoas tenham lucrado diretamente com a movimentação no entorno da festa.
As ruas cheias, o comércio pulsando e os palcos fervilhando de energia deixaram no ar um sentimento coletivo: o de que Paripe merece esse protagonismo todos os anos. E se 2025 entregou um São João digno de memória, a expectativa para 2026 já nasce carregada de esperança. Os moradores querem mais, sabem que podem mais, e mostraram — em cada canto, cada dança, cada barraca acesa até de madrugada — que o bairro tem estrutura, público e força pra continuar no mapa das grandes festas de Salvador.
E embora o São João de Paripe tenha se despedido com grande estilo, a programação da capital ainda reserva um último ato: nesta terça-feira (24), o Pelourinho assume o posto de palco final das celebrações juninas. O coração histórico da cidade promete encerrar o ciclo com a mesma grandeza que moveu os bairros. Quem viveu Paripe sabe: o São João continua — e ainda dá tempo de celebrar no compasso da sanfona e do povo.
SÃO JOÃO MINHA BAHIA uma realização da 585 Studios, com apoio do Governo do Estado, através da Superintendência de Fomento ao Turismo – Sufor.