sábado, 23 novembro 2024
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Lula sanciona taxação de compras internacionais; veja os impactos nos preços

O presidente Lula sancionou o projeto de lei que taxa em 20% as compras internacionais até US$ 50. Entenda como isso afeta os preços e o que muda para o consumidor.

Lula sanciona taxação de compras internacionais; veja como vão ficar os preços

Fim da isenção para compras internacionais

O presidente Lula (PT) assinou, nesta quinta-feira (27), o projeto de lei que taxa em 20% de imposto de importação as compras internacionais até US$ 50 (cerca de R$ 276 na cotação atual).

Com a sanção presidencial, na prática está encerrada a isenção do imposto de importação que havia sido regulada pelo programa Remessa Conforme. Lula deu aval ao texto durante um evento do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o “Conselhão”.

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Posição de Lula e acordo no Congresso

Durante mais de uma ocasião, o presidente defendeu ser contrário à popular “taxa das blusinhas”. Contudo, o assunto passou no Congresso após acordo entre Legislativo e Executivo.

“Nós temos um setor da sociedade brasileira que pode viajar uma vez por mês pro exterior, e pode comprar até 2 mil dólares sem pagar imposto. Pode chegar no free shop e comprar mil, e pode comprar mil no país, e não paga imposto. E é maravilhoso, fiz isso pra ajudar a classe média, a classe média alta”, afirmou Lula ontem (26), em entrevista ao UOL.

Inclusão no Projeto Mover

A tributação acabou entrando como um “jabuti” – nome popular de trechos inseridos em leis que falam sobre assuntos diferentes dos projetos de leis originais – dentro do chamado Projeto Mover, que cria isenção e incentiva a produção de carros elétricos no Brasil.

Impacto nos preços das compras internacionais

O programa Remessa Conforme foi sancionado em junho do ano passado para formalizar regras para o ecommerce internacional. Antes, a acusação era de que as lojas estrangeiras não declaravam os valores corretamente para não pagar impostos.

Após o Remessa Conforme, todas as compras internacionais em sites como Shopee, Shein, AliExpress e outras ficaram isentas do imposto de importação de 20%. A regra valia, portanto, somente para compras abaixo de US$ 50, que ainda eram cobradas em 17% de ICMS.

A isenção incomodava as varejistas do mercado nacional, que fizeram bastante pressão para que as regras fossem alteradas. A pressão deu certo.

Novas regras de taxação

A partir de agora, com a aprovação do Projeto Mover, a isenção está extinta. Quem realizar suas compras em sites estrangeiros terá que arcar com os seguintes valores:

    • Compras abaixo de US$ 50: serão taxadas em 20% de imposto de importação e 17% de ICMS. A soma não resulta em 37% de impostos, já que o ICMS é considerado um “imposto por dentro”, ou seja, ele incide sobre ele mesmo. Por causa disso, a porcentagem total das taxas pode chegar a cerca de 44%. Neste sentido, uma compra de R$ 100 (18 dólares) poderá custar R$ 144 para o consumidor.
    • Compras acima de US$ 50: as regras não mudam. Estas compras continuam sendo taxadas em 60% de imposto de importação e 17% de ICMS. Considerando a mesma regra do ICMS, que é praticamente cobrado duas vezes, a taxação pode ultrapassar 90%. Neste sentido, uma compra de R$ 1000 (180 dólares) chega a custar até R$ 1900.

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Gabriel Figueiredo
Gabriel Figueiredo
Gabriel Figueiredo, jornalista baiano, nascido em Feira de Santana, com mais de 15 anos de experiência, é referência em notícias locais e inovação do Minha Bahia.
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