domingo, 24 novembro 2024
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Expectativa de alta na Selic em 2025 diverge de projeções de economistas

Apesar das previsões anteriores de queda, os juros futuros agora indicam uma possível alta da Selic em 2025, contradizendo as expectativas de economistas e grandes bancos. Entenda o impacto dessas previsões no cenário econômico.

Juros futuros sugerem alta na Selic para 2025, desafiando expectativas de economistas

Apesar das expectativas anteriores do mercado financeiro por uma Selic de um dígito em 2025, a tendência parece ter mudado. Os juros futuros, contratos que preveem a taxa Selic futura, agora sugerem uma alta de 0,25 ponto percentual na segunda metade do próximo ano, o que elevaria a taxa dos atuais 10,50% para 10,75%.

Divergência com projeções de economistas

Essa projeção contrasta com a pesquisa Focus, que prevê uma Selic de 9% em 2025, e com as previsões mais atualizadas de dez grandes bancos consultados, onde sete esperam que a taxa básica de juros caia para um dígito no final do próximo ano. Dalton Gardimam, economista-chefe da Ágora Investimentos, aponta que essa discrepância de expectativas é resultado do ambiente volátil, influenciado pela instabilidade dos juros nos Estados Unidos e pela desancoragem das expectativas inflacionárias brasileiras.

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Impacto das decisões do Fed e da inflação no Brasil

As expectativas foram ajustadas devido à manutenção dos juros nos Estados Unidos em patamares elevados e uma inflação mais persistente do que o esperado, afetando globalmente as previsões econômicas. No Brasil, a inflação também trouxe surpresas, com o IPCA de abril registrando uma aceleração para 0,38%, aumentando as projeções para o IPCA de 2024 para 3,86%.

Projeções para o futuro da política monetária brasileira

Gardimam espera um corte adicional de 0,25 ponto percentual na Selic este ano, levando-a a 10,25%, com um IPCA previsto em 4%, acima da meta de 3%. Para o próximo ano, ele prevê que a Selic possa alcançar 9,50%, ainda considerada uma taxa alta, com um IPCA de 3,5%.

Enquanto isso, a inflação de serviços no Brasil, impulsionada por um mercado de trabalho aquecido, e a alta do câmbio continuam a pressionar o IPCA. O desemprego no Brasil está no menor nível dos últimos dez anos, a 7,5%, contribuindo para a pressão inflacionária. Segundo Fernando Gonçalves, superintendente de Pesquisa Econômica do Itaú, essa é uma das principais razões para a dificuldade em controlar a inflação e manter a Selic abaixo de dois dígitos.

As divisões na mais recente reunião de política monetária também contribuem para a incerteza das expectativas, com todos os indicados pelo governo Lula votando por um corte maior do que o efetuado. A próxima reunião do Copom, marcada para 19 de junho, é vista como decisiva para as expectativas futuras da política monetária brasileira.

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Gabriel Figueiredo
Gabriel Figueiredo
Gabriel Figueiredo, jornalista baiano, nascido em Feira de Santana, com mais de 15 anos de experiência, é referência em notícias locais e inovação do Minha Bahia.
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