sexta-feira, 5 dezembro 2025
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Exportações da Bahia aos EUA podem cair até dois terços com novas tarifas, alerta FIEB

Presidente da Fieb, Carlos Henrique Passos, alerta que tarifas dos EUA podem reduzir em até dois terços as exportações da Bahia, impactando milhares de trabalhadores.

FIEB alerta para queda nas exportações da Bahia aos EUA

Presidente da Fieb alerta que exportações da bahia aos eua podem cair até dois terços com novas tarifas, afetando até dez mil trabalhadores.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Carlos Henrique Passos, alertou sobre os riscos das novas tarifas impostas pelos Estados Unidos às exportações brasileiras. Segundo ele, a Bahia pode ser uma das regiões mais prejudicadas, com possibilidade de perder até dois terços do volume exportado para o mercado norte-americano.

Impacto direto sobre a indústria baiana

“Em 2024, a Bahia exportou cerca de 900 milhões de dólares, dos quais aproximadamente 90% foram de produtos industriais. Um terço desse montante escapou do aumento de tarifas, mas os outros dois terços estão sendo onerados de tal forma que, na nossa avaliação, vai impedir a continuidade desses negócios”, afirmou Passos durante o lançamento do escritório da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) na Bahia.

O dirigente destacou ainda o efeito direto sobre o emprego. “Embora não seja tão óbvio estimar, acreditamos que entre cinco e dez mil trabalhadores podem ser efetivamente afetados. Quem mais sofre é o pessoal que está no chão de fábrica”, disse.

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Alternativas em busca de novos mercados

Para reduzir os impactos, Passos defendeu a abertura de novos mercados internacionais, com apoio da Apex, como forma de redirecionar a produção local.

“Se a empresa conseguir colocar no mercado nacional ou em outros países o que antes ia para os Estados Unidos, haverá algum tipo de atenuante nessa situação”, avaliou.

Ele também comentou as medidas do governo federal, classificadas como paliativas.

“São mitigadoras, postergam os efeitos mais negativos. Se durante esse período forem criadas soluções para substituir esse negócio nos Estados Unidos, quem sabe o impacto não seja tão forte”, ponderou.

Negociações bilaterais em pauta

Outra alternativa em análise é a negociação direta entre os dois países. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) organiza uma missão empresarial aos Estados Unidos nos dias 3 e 4 de setembro, com participação de representantes baianos.

“Primeiro, haverá encontro com parceiros locais, criando uma corrente de maior força. Mas se isso será suficiente para remover as medidas, ainda não sabemos”, declarou.

Planejamento para o futuro

Apesar das dificuldades, o presidente da Fieb destacou a necessidade de uma estratégia de longo prazo.

“Encontrar novos mercados não é uma solução de efeito imediato, mas um processo que depende do amadurecimento das empresas. É esse caminho estrutural que pode garantir a sustentabilidade da indústria baiana no médio e longo prazo”, concluiu.

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Gabriel Figueiredo
Gabriel Figueiredo
Gabriel Figueiredo, jornalista baiano, nascido em Feira de Santana, com mais de 15 anos de experiência, é referência em notícias locais e inovação do Minha Bahia.
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