sábado, 23 novembro 2024
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Carrinho de compras das famílias brasileiras está mais cheio com inflação baixa e menor desemprego

Estudo revela aumento de 7,8% nos itens adquiridos nos supermercados, impulsionado pela melhora econômica e redução do desemprego. Veja como isso está afetando o consumo.

Carrinho de Compras das Famílias Brasileiras Está Mais Cheio com Inflação Baixa e Menor Desemprego

As famílias brasileiras estão colocando mais produtos nos carrinhos de compra. Nos últimos 12 meses, houve um aumento de 7,8% nos itens adquiridos a cada ida do consumidor aos supermercados. No entanto, as dificuldades de consumo dos mais vulneráveis persistem.

Produzido pela Kantar, especialista em dados e consultoria, o estudo Consumer Insights Q1 2024 fez uma comparação da cesta de consumo entre março de 2023 e março de 2024.

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Aumento no Consumo de Itens de “Sabor e Prazer”

Os alimentos enquadrados nas categorias de “sabor e prazer” tiveram os aumentos mais significativos. No período avaliado, bazar cresceu 9,9%, seguido por bebidas e doces, com 9,4% e 9,3% de aumento, respectivamente. Salgado (7,7%) e higiene e beleza (5,3%) vêm em seguida.

Segundo o diretor de contas da Kantar, Renan Morais, que atua há 12 anos com inteligência de mercado e negócios, o aumento do consumo doméstico está relacionado a dois contextos diferentes.

O primeiro deles é comportamental: houve diminuição na ida ao supermercado. “As pessoas estão espaçando mais as compras, enchendo mais o carrinho a cada visita em intervalos maiores”, diz Morais.

Cenário Macroeconômico Favorável

O segundo fator está relacionado a um cenário macroeconômico mais “positivo”. “A menor inflação, o baixo desemprego e as iniciativas do governo de fortalecimento de renda das classes mais baixas favoreceram o crescimento de categorias menos priorizadas”, afirma Morais.

A redução do endividamento das famílias, especialmente das classes mais baixas, permite que elas destinem mais recursos para categorias de bens de consumo não duráveis, como alimentação.

Impacto nas Classes C, D e E

“Estamos observando que as classes C, D e E estão acessando mais categorias como chocolates, salgadinhos de pacote, refrigerantes e cervejas. Há uma busca maior por essas categorias, que anteriormente tinham um papel mais complementar na cesta de compras”, explica o diretor.

Desafios para a População Vulnerável

Apesar do resultado dos estudos, a população vulnerável ainda enfrenta dificuldades no consumo ou não consegue sentir uma melhoria nos preços.

Dyane Ayala, responsável pela ONG Alegria de Ser Criança, dá uma visão mais prática a partir das dificuldades enfrentadas pela comunidade que atende em Vila Nova Curuçá, extremo leste da capital paulista. “Com o salário mínimo, ou até mesmo com o auxílio [Bolsa Família, que se chamou Auxílio Brasil no governo Bolsonaro] não dá para comprar tudo. Quem paga aluguel, água e luz passa por um aperto enorme”, desabafa.

Ela relata que as famílias mais pobres ainda enfrentam desafios no consumo. Muitas vezes precisam escolher entre alimentos e outros itens essenciais como leite, fraldas e medicações. “Ainda existe muita dificuldade. Alguns alimentos ficaram mais acessíveis, mas legumes e verduras subiram de preço”, comenta Ayala.

A Importância das Promoções

Segundo o estudo, os clientes brasileiros ainda declararam acessar promoções em 13% dos produtos comprados – o número era 11% no ano anterior. As promoções permitem que os compradores experimentem itens que não adquiriam antes.

“Depois de entrar em contato, testar e gostar, dificilmente ele vai tirar do carrinho. Então é uma oportunidade para as marcas reterem esse comprador”, explica Morais.

Apesar do cenário mais positivo, é importante continuar monitorando a situação das famílias mais vulneráveis e buscar soluções para garantir que todos possam ter acesso a uma alimentação adequada e saudável.

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Gabriel Figueiredo
Gabriel Figueiredo
Gabriel Figueiredo, jornalista baiano, nascido em Feira de Santana, com mais de 15 anos de experiência, é referência em notícias locais e inovação do Minha Bahia.
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