Faltam apenas quatro dias para o início oficial dos festejos juninos, e o estado inteiro já se prepara como quem espera um velho amigo chegar: com ansiedade, com alegria, com os braços abertos e a mesa posta. Porque o São João não é apenas uma festa. É uma memória coletiva viva, é uma herança passada de geração em geração, é uma promessa de reencontro com aquilo que nos torna quem somos. E quando ele vem — e ele vem, sim —, é pra tomar a Bahia inteira de emoção.
De norte a sul, do sertão à beira-mar, cada cidade se transforma, cada rua se enfeita, cada lar acende sua própria fogueira. E entre tantas, há nomes que brilham com ainda mais força no calendário junino. Em Cruz das Almas, os moradores já sentem o cheiro da tradição no ar — e junto dele, o som grave das espadas que, mesmo em meio a polêmicas, ainda carregam uma identidade cultural marcada pelo orgulho e pela resistência. As famílias organizam as celebrações como quem cuida de um ritual sagrado, onde tudo tem cheiro de milho, cor de fogueira e gosto de infância. Em Castro Alves, o forró chega como poesia em cada canto, cada praça vira palco, e o povo, mais do que espectador, vira protagonista de uma festa que emociona.
Gandu, no sul da Bahia, já começa a dançar antes mesmo da música começar. A cidade se enfeita com suas luzes quentes, e a gente sente que ali o São João não se organiza — ele acontece. A praça principal já começa a ganhar vida própria, o licor já está sendo engarrafado com cuidado, e os sanfoneiros da região já afinam seus instrumentos com o mesmo carinho de quem prepara o coração. Em Irecê, o São João se impõe com a força de uma cidade que sabe receber. O sertão, com seu céu limpo e sua alma firme, se transforma em um mar de gente cantando, dançando, lembrando, vivendo. Não é exagero dizer que Irecê respira São João — e convida o mundo inteiro a respirar junto.
E o melhor de tudo é que, mesmo com toda essa grandiosidade, o São João da Bahia continua sendo íntimo, acolhedor, feito de gestos simples e afetos profundos. É o cheiro do cuscuz fresco na casa da avó, é o beijo roubado sob as bandeirolas, é a mão quente do forró no meio da multidão. Não importa se você é daqui ou de fora — quando chega junho, a Bahia te chama, e ninguém resiste.
A partir do dia 19, os olhos se voltam oficialmente para as festas, os palcos, as multidões. Mas o que já pulsa desde agora, no dia 15, é o chamado que vem do fundo da alma nordestina: vem aí o São João. Vem pra Cruz, vem pra Castro, vem pra Gandu, vem pra Irecê. Vem viver a Bahia como ela é, inteira, generosa e em festa. Vem sentir o calor da fogueira por dentro. Vem dançar até esquecer o tempo. Vem — porque a Bahia te espera, e o São João não acontece sem você.
TRADIÇÕES JUNINAS é uma realização da 585 Studios, com apoio do Governo do Estado, através da Superintendência de Fomento ao Turismo – Sufotur.
