PF e MP-SP realizam operações paralelas contra o PCC e disputam protagonismo
PF e MP-SP realizam operações simultâneas contra PCC, com fraudes de mais de R$ 23 bilhões, e disputam protagonismo nas investigações.
Operações deflagradas em setores de combustíveis e finanças
A Polícia Federal (PF) anunciou nesta quinta-feira (28) duas operações contra facções criminosas ligadas ao PCC, focadas em esquemas de combustíveis e no setor financeiro. No mesmo dia, o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) deflagrou uma megaoperação sobre os mesmos alvos, acirrando a disputa pelo protagonismo no combate ao crime organizado.
Entrevistas coletivas em paralelo
A disputa institucional ficou evidente quando PF e MP-SP marcaram entrevistas coletivas para o mesmo horário. O evento da PF ocorreu no Ministério da Justiça, com a presença do diretor-geral Andrei Rodrigues, do ministro Ricardo Lewandowski, do ministro da Fazenda Fernando Haddad e de representantes da Receita Federal. Já o MP-SP reuniu o procurador-geral Paulo Sérgio de Oliveira, secretários estaduais e promotores do Gaeco em sua sede.
Operação Quasar: fundos de investimento usados em lavagem
A Operação Quasar revelou um sofisticado esquema de lavagem que utilizava fundos de investimento como fachada para blindagem patrimonial. Foram identificadas múltiplas camadas societárias que dificultavam a identificação dos beneficiários finais. A Justiça Federal determinou o sequestro integral de fundos e bloqueio de bens até R$ 1,2 bilhão, além de afastamento dos sigilos bancário e fiscal.
Operação Tank: fraudes em combustíveis e R$ 23 bilhões movimentados
A Operação Tank focou em uma rede de lavagem de dinheiro no Paraná, suspeita de movimentar R$ 23 bilhões desde 2019. O grupo atuava por meio de postos de combustíveis, distribuidoras, holdings e instituições financeiras, envolvendo também fraudes como adulteração de gasolina e a prática da “bomba baixa”. Foram cumpridos 14 mandados de prisão e 42 de busca e apreensão, com bloqueio de bens de 41 pessoas físicas e 255 jurídicas, totalizando mais de R$ 1 bilhão.
Carbono Oculto: a megaoperação do MP
Já a operação Carbono Oculto, articulada pelo MP-SP e Receita Federal, foi divulgada como a maior ação contra o crime organizado no país. Com mais de 350 alvos, a investigação abrange crimes como adulteração de combustíveis, fraudes fiscais, crimes ambientais, estelionato e lavagem de dinheiro. As diligências ocorreram em oito estados, entre eles São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás e Paraná.
Disputa institucional e agência antimáfia
O embate entre PF e MP ocorre em meio ao debate sobre a criação de uma agência antimáfia, defendida pelo MP-SP e pelo secretário nacional de Segurança, Mario Sarrubbo. A PF, no entanto, vê risco de sobreposição de funções e fortalecimento excessivo do Ministério Público, ampliando a tensão entre as instituições.
