BYD e GWM enfrentam processo por dumping no mercado brasileiro
Acusações impactam a competitividade das montadoras chinesas no Brasil
Em resposta à crescente presença de veículos importados superando as exportações nacionais pela primeira vez desde 2015, a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) levantou acusações sérias contra as montadoras chinesas BYD e GWM. Alegações de dumping, que consiste na venda de produtos abaixo do custo para dominar o mercado, foram formalizadas perante o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Anfavea reage à inundação do mercado por veículos chineses
A ação foi motivada por um desequilíbrio significativo na balança comercial de automóveis do Brasil, onde as importações, lideradas pelas marcas chinesas, ascenderam a 467.000 veículos em 2024, superando as exportações que totalizaram 398.000 unidades. Isso representa um aumento de 317% nas importações de veículos da China em comparação ao ano anterior.
O impacto das práticas de preços no setor automotivo brasileiro
As montadoras chinesas, que já possuem uma forte presença no segmento de veículos eletrificados, vendendo juntas 106.000 unidades em 2024, enfrentam agora uma investigação formal por suas práticas de preços. Esta investigação segue a tendência global de examinar a competição leal no mercado automotivo, como demonstrado pela União Europeia que, em 2023, iniciou investigações similares resultando no aumento de tarifas de importação.
Respostas das montadoras chinesas às acusações
Em resposta às acusações, a GWM afirmou que segue todas as normas internacionais e a legislação brasileira, e mencionou planos de iniciar a produção local no Brasil. A BYD também defendeu sua prática comercial, destacando seu investimento na construção de um complexo industrial em Camaçari, na Bahia, reforçando seu compromisso com o desenvolvimento da indústria automotiva no país.