Bolsonaro mostra tornozeleira eletrônica e diz que é “símbolo de humilhação”
Bolsonaro mostra tornozeleira eletrônica e diz que é “símbolo de humilhação”; STF endurece restrições sobre redes sociais.
Ex-presidente exibe dispositivo pela primeira vez e afirma ser vítima de injustiça
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) mostrou publicamente, nesta segunda-feira (21), a tornozeleira eletrônica que passou a usar por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A exibição ocorreu na saída de uma reunião com parlamentares na Câmara dos Deputados.
“Não roubei cofres públicos, não matei ninguém, não trafiquei ninguém. Isso é o símbolo da máxima humilhação do nosso país. Uma pessoa inocente. (…) O que estão fazendo com um ex-presidente da República. Nós vamos enfrentar tudo e a todos. O que vale para mim é a lei de Deus”, afirmou Bolsonaro, enquanto mostrava o equipamento à imprensa.
Reunião contou com mais de 50 deputados e senadores aliados
A reunião do PL foi articulada pelo deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder da legenda na Câmara, e contou com a presença de mais de 50 deputados federais e dois senadores. Parlamentares de outras siglas, como Republicanos, PP, PSD, União Brasil e Novo também participaram.
O encontro teve como pauta principal as recentes decisões judiciais envolvendo o ex-presidente, incluindo a operação da Polícia Federal deflagrada na última sexta-feira (18), na qual Bolsonaro foi um dos alvos.
Moraes amplia restrições e proíbe veiculação de entrevistas
Ainda nesta segunda-feira, o ministro Alexandre de Moraes ampliou as restrições impostas a Jair Bolsonaro. Em novo despacho, Moraes determinou que o ex-presidente está proibido de realizar ou participar, direta ou indiretamente, de transmissões, retransmissões ou veiculação de áudios, vídeos ou transcrições de entrevistas em qualquer rede social.
“Ora, a medida cautelar de proibição de utilização de redes sociais, diretamente ou por intermédio de terceiros, imposta a Jair Messias Bolsonaro inclui, obviamente, as transmissões, retransmissões ou veiculação de áudios, vídeos ou transcrições de entrevistas em qualquer das plataformas das redes sociais de terceiro”, escreveu Moraes no documento divulgado pelo g1.
Acusações incluem coação e atentado à soberania nacional
A medida cautelar foi solicitada pela Polícia Federal com o aval da Procuradoria-Geral da República (PGR). A PF afirma ter reunido indícios de crimes atribuídos a Bolsonaro, entre eles coação no curso do processo, obstrução de investigação e atentado contra a soberania nacional.
As ações da PF e do STF vêm sendo alvo de críticas por parte de aliados do ex-presidente, que consideram as medidas uma perseguição política. Nas redes sociais, apoiadores de Bolsonaro compartilharam vídeos e declarações feitas por ele mesmo diante das novas imposições judiciais.
