AGU solicita investigação da PF sobre ação contra o Banco do Brasil
AGU pede à PF investigação sobre ação bolsonarista de desinformação contra o Banco do Brasil, que teria potencial de gerar corrida bancária.
Suposta campanha de desinformação
A Advocacia-Geral da União (AGU) solicitou nesta segunda-feira (25) à Polícia Federal a abertura de inquérito para apurar uma possível ação de bolsonaristas nas redes sociais contra o Banco do Brasil (BB). O órgão aponta que perfis estariam promovendo disparos massivos de mensagens com informações falsas, incitando correntistas a retirar dinheiro da instituição.
Risco de corrida bancária
De acordo com a notícia-crime, as publicações sugeriam que o BB seria sancionado pelo governo dos Estados Unidos com base na Lei Magnitsky, o que poderia resultar em colapso do sistema financeiro nacional.
“Tais condutas têm o potencial de fomentar uma verdadeira corrida bancária para retirada de valores dos bancos, o que pode causar prejuízo à economia do país”, destaca o documento.
Relação com o STF
A AGU também mencionou um possível interesse político de incitar a população contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A estratégia estaria em relacionar as supostas sanções a decisões da Corte, especialmente após despacho do ministro Flávio Dino reforçando que leis estrangeiras não têm validade no Brasil.
Banco do Brasil pede providências
O Banco do Brasil identificou a movimentação e, segundo a presidente Tarciana Medeiros, acionou a AGU para adoção de medidas jurídicas. A instituição afirmou em ofício que o episódio ameaça a segurança jurídica e o Estado de direito.
Declarações de bolsonaristas
Um dos citados na notícia-crime é o advogado Jeffrey Chiquini, que em um canal bolsonarista no YouTube e em publicações no X recomendou que clientes retirassem imediatamente seu dinheiro do BB.
“O Banco do Brasil é 51% estatal, vai cumprir a decisão do Flávio Dino e será sancionado pela Lei Magnitsky. Tirem imediatamente seu dinheiro do Banco do Brasil porque ele será sancionado, isso é uma certeza”, declarou.
Sanções da Lei Magnitsky
A Lei Magnitsky, aplicada pelos EUA, prevê congelamento de bens e restrição de negócios contra estrangeiros acusados de corrupção ou violações de direitos humanos. O ministro Alexandre de Moraes já foi alvo da norma, tendo seu cartão de crédito internacional bloqueado.
A AGU reforçou que a medida busca resguardar o sistema financeiro nacional e conter a disseminação de fake news que possam gerar instabilidade econômica.
