Petrobras reinicia esforços para perfuração no Amapá apesar de desafios ambientais
A Petrobras está preparando uma nova ofensiva para obter autorização para um simulado de perfuração de um poço de petróleo no litoral do Amapá, planejado para outubro de 2024, quando a sonda necessária estará disponível. Este movimento marca a retomada das negociações com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), após negativas anteriores de licenciamento devido a preocupações ambientais.
Antecedentes da licença negada
Quase um ano após ter sua licença para perfuração negada pelo Ibama, a Petrobras busca superar os impasses que surgiram no final do governo de Jair Bolsonaro e persistiram com a mudança de orientação na política ambiental do atual governo. A sonda, anteriormente posicionada na área do bloco 59 da bacia da Foz do Amazonas, foi deslocada para outras regiões, incluindo o litoral do Rio Grande do Norte e posteriormente para a região Sudeste.
Desafios e expectativas da estatal
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, expressou na última terça-feira que a empresa não pressionou o Ibama anteriormente por estar ocupada com o uso da sonda em outros projetos. Agora, com a sonda disponível em agosto, a Petrobras planeja intensificar os esforços para garantir a licença, crucial para o início da perfuração.
O papel do Ibama e as preocupações ambientais
O Ibama rejeitou a licença citando a falta de um estudo de Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS) e preocupações sobre o socorro à fauna em caso de acidente. A Petrobras, no entanto, acredita que já atendeu a todas as exigências regulatórias e que a decisão final cabe ao Estado brasileiro, ponderando entre a necessidade de explorar novas fronteiras petrolíferas e os imperativos ambientais.
Apoio e resistências ao projeto
Apesar do apoio do Ministério de Minas e Energia (MME) e de lideranças políticas do Amapá, a Petrobras enfrenta resistência tanto do Ministério do Meio Ambiente (MMA) quanto de organizações ambientalistas. A estatal defende a perfuração como essencial para evitar a necessidade de importação de petróleo na próxima década e para manter a autossuficiência do país.
Com a análise do veto prevista para breve, a situação no Amapá representa um dos principais dilemas da transição energética global, colocando em contraste a autossuficiência energética e a proteção ambiental.