Desvendando a fraude no Cartão de Vacinação de Bolsonaro: Um relatório da PF
A Polícia Federal finalizou a investigação sobre a falsificação do certificado de vacinação de Covid-19 de Jair Bolsonaro, indiciando o ex-presidente e outras figuras chave por crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema público.
Como a fraude foi orquestrada
A trama, coordenada por Mauro César Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, facilitou a obtenção de certificados fraudulentos para, pelo menos, nove indivíduos. A investigação analisou mensagens de celular, acessos a sistemas do Ministério da Saúde e localizações geográficas dos envolvidos para chegar a suas conclusões.
Primeiros passos do esquema
O esquema teve início com a solicitação de Mauro Cid ao sargento Luis Marcos dos Reis para ajudar a adquirir um cartão de vacinação forjado para sua esposa, Gabriela Santiago Cid. Este pedido acionou uma cadeia de eventos que incluiu a produção de um cartão falso por Farley Vinicius de Alcântara, baseado em informações de um cartão legítimo de uma enfermeira vacinada em Goiás.
Tentativas de inserção no ConecteSUS
As tentativas iniciais de registrar os dados falsos no ConecteSUS fracassaram devido à discrepância geográfica das doses da vacina. Eduardo Crespo Alves e Paulo Sérgio da Costa Ferreira tentaram, sem sucesso, inserir os dados do sistema. A operação só obteve êxito quando Ailton Gonçalves Moraes Barros e, posteriormente, João Carlos Brecha, secretário de governo de Duque de Caxias, conseguiram registrar os dados fraudulentos.
Expansão do esquema
Após validar o método com Gabriela Cid, o esquema se expandiu para incluir as filhas de Cid, Bolsonaro, sua filha Laura, e outros auxiliares próximos ao ex-presidente, culminando com a inclusão do deputado Gutemberg Reis (MDB-RJ). A PF identificou João Carlos Brecha como o responsável por essas inserções, utilizando um computador localizado em sua residência.