quarta-feira, 31 dezembro 2025
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“Bandido bom é bandido preso”, diz Jerônimo

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), adotou um discurso mais duro ao comentar o enfrentamento ao crime organizado no estado.

Governador da Bahia defende firmeza do Estado contra o crime organizado e critica partidarização da segurança pública

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), adotou um discurso mais duro ao comentar o enfrentamento ao crime organizado no estado. Em entrevista exclusiva ao Grupo A TARDE, o chefe do Executivo afirmou que o governo não será complacente com a criminalidade, mas ressaltou que a atuação do Estado precisa respeitar os limites legais e não pode se confundir com violência ou barbárie.

“O Estado oferece segurança à população e tem que mostrar força, firmeza, prender o criminoso e entregar à Justiça. Eu tenho dito a frase de que bandido bom é bandido preso, pagar a sua pena depois de julgado. Mas não que seja um Estado matador. O Estado não pode se igualar ao crime, de forma nenhuma”, declarou Jerônimo.

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Crítica à oposição e à politização da segurança

Durante a entrevista, o governador criticou setores da oposição que, segundo ele, utilizam o tema da segurança pública como ferramenta eleitoral. Para Jerônimo, o debate precisa ser técnico e responsável, sem rótulos ideológicos.

“O tema da segurança pública não pode ser partidarizado, não é de esquerda ou de direita. O que deve ser feito no campo da oposição é a crítica responsável, se tem pouco orçamento ou se a forma está equivocada. O que não pode é tratar a Bahia como se fosse um estado violento por natureza”, afirmou.

Ele também destacou que o problema da violência não é exclusivo de um partido ou governo, mas um desafio estrutural que exige políticas de Estado.


Investimentos, concursos e reforço das forças de segurança

Jerônimo reforçou o compromisso do governo com o fortalecimento da segurança pública e listou ações em andamento, como investimentos em pessoal e equipamentos.

“O papel meu enquanto governador é botar orçamento e investimentos, garantir concursos. Acabamos de entregar quase 2 mil policiais militares e, até maio ou junho, vamos entregar mais 2 mil. Isso sem contar Polícia Civil, Bombeiros, DPT e sistema prisional”, pontuou.

O governador também citou a aquisição de armamentos mais modernos e o avanço na política de uso de tecnologias, como as câmeras corporais.


Câmeras corporais e recomendação do MP-BA

Sobre a recomendação do Ministério Público da Bahia (MP-BA) quanto ao uso adequado das câmeras corporais, Jerônimo disse que encara a medida como parte do aperfeiçoamento da política pública.

“É uma proteção ao trabalhador da segurança pública, porque ele vai ter argumentos para se defender quando for preciso. Como servidor público, temos a obrigação de ser transparentes”, explicou.

Segundo o MP-BA, visitas técnicas identificaram subutilização dos equipamentos e falhas no controle de armazenamento e uso das imagens, o que motivou a recomendação para ajustes.


Concurso da Polícia Civil

O governador também confirmou a realização de um novo concurso para a Polícia Civil, autorizado em novembro. Ao todo, serão 750 vagas, distribuídas da seguinte forma:

  • Investigadores: 500 vagas

  • Escrivães: 150 vagas

  • Delegados: 100 vagas

Ainda não há data definida para a publicação do edital, pois o processo segue os trâmites administrativos para contratação da banca organizadora.


Com o discurso mais enfático, Jerônimo Rodrigues sinaliza uma estratégia de endurecimento contra o crime organizado, ao mesmo tempo em que tenta equilibrar o debate público, afastando discursos extremados e reforçando o papel institucional do Estado.

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Gabriel Figueiredo
Gabriel Figueiredo
Gabriel Figueiredo, jornalista baiano, nascido em Feira de Santana, com mais de 15 anos de experiência, é referência em notícias locais e inovação do Minha Bahia.
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