quarta-feira, 31 dezembro 2025
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Prefeitura vira alvo de ação por suposta intolerância religiosa no Réveillon do Rio

A Prefeitura do Rio de Janeiro passou a ser alvo de uma ação judicial por suposta intolerância religiosa na programação oficial do Réveillon 2026.

Idafro acusa gestão Eduardo Paes de discriminação ao destinar palco exclusivo para música gospel em Copacabana

A Prefeitura do Rio de Janeiro passou a ser alvo de uma ação judicial por suposta intolerância religiosa na programação oficial do Réveillon 2026. O Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras (Idafro) ajuizou, nesta terça-feira (30), uma ação contra a gestão municipal, questionando a ausência de espaço destinado às religiões de matriz africana durante as festividades na orla carioca.

Palco gospel no Leme gera questionamento

De acordo com a ação, a prefeitura teria destinado o único palco da praia do Leme exclusivamente à música gospel, sem prever qualquer espaço — ainda que simbólico — para manifestações religiosas afro-brasileiras. Para o Idafro, a decisão configura discriminação e viola princípios constitucionais.

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Na petição, o instituto aponta possível afronta à igualdade, à laicidade do Estado e à liberdade religiosa, além de descumprimento do Estatuto da Igualdade Racial e de tratados internacionais assinados pelo Brasil.

Pedido de liminar

O Idafro solicitou à Justiça a concessão de uma liminar que obrigue a Prefeitura do Rio a designar uma área específica para a realização de ritos afro-religiosos durante o Réveillon oficial, seja em Copacabana ou na praia do Flamengo.

Repercussão e resposta de Eduardo Paes

A polêmica ganhou força no último fim de semana, quando o prefeito Eduardo Paes (PSD) respondeu publicamente às críticas feitas pelo babalaô Ivanir dos Santos. Em postagem na rede social X (antigo Twitter), Paes afirmou que “o réveillon da praia de Copacabana é de todos” e que cada pessoa deve curtir “o ritmo que mais curte”.

A declaração, no entanto, gerou reação negativa. O uso da expressão “dessa gente”, pelo prefeito, ao se referir aos candomblecistas, foi duramente criticado. A comentarista da GloboNews, Flávia Oliveira, questionou o tom da fala e apontou possível preconceito na manifestação do gestor.

Debate sobre laicidade e pluralidade

O caso reacende o debate sobre a laicidade do Estado e a representatividade religiosa em eventos públicos de grande porte. Agora, caberá à Justiça analisar se houve discriminação e se a prefeitura deverá adaptar a programação do Réveillon para contemplar manifestações das religiões de matriz africana.

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Gabriel Figueiredo
Gabriel Figueiredo
Gabriel Figueiredo, jornalista baiano, nascido em Feira de Santana, com mais de 15 anos de experiência, é referência em notícias locais e inovação do Minha Bahia.
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