A ex-senadora Heloísa Helena pode voltar ao cenário eleitoral baiano nas eleições de 2026. A Rede Sustentabilidade articula internamente a possibilidade de a parlamentar transferir o domicílio eleitoral para a Bahia e disputar uma vaga de deputada federal pelo estado. A informação foi obtida pelo Portal A TARDE junto a dirigentes e quadros ligados à legenda.
Atualmente, Heloísa Helena ocupa uma cadeira na Câmara dos Deputados como suplente, após a suspensão do deputado Glauber Braga, no Rio de Janeiro. Segundo interlocutores da Rede, o desempenho eleitoral da ex-senadora no Rio foi abaixo do esperado em 2022, quando ficou apenas na suplência, o que reforçaria a avaliação de que a Bahia seria um terreno político mais favorável.
De acordo com uma das fontes ouvidas, a ex-senadora é vista como um “ativo político estratégico” para fortalecer a Rede no estado, ajudando também na consolidação da federação PSOL/Rede, que hoje não possui representantes na Câmara Federal eleitos pela Bahia.
Cláusula de barreira e estratégia partidária
A movimentação ocorre em meio às preocupações com a cláusula de barreira. Pela legislação eleitoral, partidos ou federações precisam eleger ao menos 13 deputados federais, distribuídos em no mínimo nove estados, para garantir acesso ao fundo partidário e ao tempo de propaganda. Atualmente, a federação PSOL/Rede não tem parlamentares federais eleitos pela Bahia, o que torna o estado estratégico para a legenda.
Um aliado da ex-senadora avalia que, na Bahia, Heloísa Helena teria uma eleição considerada “mais fácil” do que nos últimos pleitos. Em 2020, ela foi derrotada na disputa pela Câmara Municipal de Maceió, e em 2022 não conseguiu se eleger deputada federal pelo Rio de Janeiro. Ainda segundo essa avaliação, a candidatura poderia, inclusive, ajudar a puxar votos suficientes para eleger uma segunda cadeira da federação no estado.
Heloísa nega articulação
Procurada pelo Portal A TARDE, Heloísa Helena negou qualquer intenção de mudar novamente o domicílio eleitoral visando as eleições de 2026.
“Impossível. Amo demais a Bahia, mesmo quando eu brigava duramente com ACM e sabia que era hostilizada por muitas pessoas, mas nunca vivenciei situações de preconceito como já vivenciei no Rio. Entretanto, não há nenhuma possibilidade, pois já foi duro demais mudar o domicílio eleitoral. Agora é Rio de Janeiro mesmo”, afirmou.
PSOL também pode se beneficiar
Mesmo com a negativa pública da ex-senadora, a articulação é vista como positiva também para o PSOL, que integra a federação com a Rede e busca eleger seu primeiro deputado federal pela Bahia em 2026. O partido já trabalha com nomes como Hamilton Assis, vereador de Salvador e pré-candidato à Câmara dos Deputados.
Além disso, a sigla tem mantido conversas com outros quadros políticos do estado. Entre os nomes citados estão Geraldo Simões e Elisângela Araújo, atualmente no PT e deputada suplente.
Nos bastidores, a Rede e o PSOL seguem avaliando cenários e alternativas para ampliar sua força eleitoral na Bahia e cumprir as exigências legais nas próximas eleições gerais.
