Secretário de Itapetinga, Luciano Almeida, é acusado de usar assinaturas falsas para devolver R$ 500 mil à prefeitura antes de assumir cargo no Executivo.
Ato teria sido realizado para devolução de R$ 500 mil à Prefeitura de Itapetinga
O ex-presidente da Câmara Municipal de Itapetinga e atual secretário de Infraestrutura do município, Luciano Almeida (MDB), é acusado de ter utilizado assinaturas eletrônicas de dois parlamentares sem autorização. O suposto ato teria sido feito para autorizar a devolução de R$ 500 mil aos cofres da Prefeitura de Itapetinga, poucas horas antes de ele assumir o novo cargo no Executivo.
De acordo com a denúncia, Luciano Almeida teria pressionado a tesoureira da Câmara a emitir uma ordem de devolução do valor, utilizando indevidamente as assinaturas eletrônicas dos secretários da Mesa Diretora. O caso deve ser alvo de investigação interna e pode configurar fraude administrativa e improbidade.
Suspeita de “moeda de troca política”
Segundo informações apuradas, a devolução do montante teria ocorrido pouco antes da nomeação de Luciano Almeida como secretário municipal, levantando suspeitas de acordo político entre ele e o prefeito Eduardo Hagge (MDB).
Fontes ligadas à Câmara afirmam que o valor de R$ 500 mil pode ter sido usado como moeda de troca para garantir o ingresso de Luciano no primeiro escalão da gestão.
“Há indícios de um acerto político para garantir a ascensão dele ao cargo de secretário”, disse uma fonte sob condição de anonimato.
Conflitos políticos entre prefeito e vereadores
O caso reacende o clima de tensão política entre o prefeito Eduardo Hagge e vereadores do MDB, que já vinham apresentando divergências internas desde o início do ano.
Em janeiro de 2025, um impasse entre o Executivo e a Câmara expôs as divisões dentro da base governista. Na ocasião, parlamentares acusaram Hagge de interferir diretamente na eleição de Luciano Almeida para a presidência da Casa, o que teria gerado ruptura com antigos aliados.
De acordo com fontes locais, o prefeito teria se desentendido com vereadores como Valquirão, Peto, Tele, Tarugão e Anderson da Nova, todos do MDB, além dos oposicionistas Sidinei do Sindicato e Diga Diga (PSD). O gestor classificou as exigências do grupo como “extorsão política”, acirrando o embate com a Câmara.
Aliado estratégico de Hagge
Apesar das crises internas, Luciano Almeida permaneceu próximo do prefeito e acabou sendo escolhido para o comando da Secretaria de Infraestrutura, consolidando seu papel como figura de confiança dentro da administração municipal.
Entretanto, a denúncia sobre a devolução irregular dos R$ 500 mil ameaça desgastar a imagem do governo e pode abrir caminho para novas investigações sobre o uso de recursos públicos em Itapetinga.
O caso segue sob análise, e o Ministério Público da Bahia poderá ser acionado para averiguar a legalidade das transações e a autenticidade das assinaturas utilizadas no procedimento.
