A senadora Ana Paula Lobato (PSB-MA) denunciou ter sido ameaçada de morte após a aprovação, na última quarta-feira (22), do projeto de lei de sua autoria que criminaliza a misoginia. As mensagens foram enviadas por um perfil identificado como Victor na rede social X (antigo Twitter).
De acordo com a parlamentar, o usuário fez quatro comentários ofensivos em uma publicação sobre o projeto, incluindo ameaças explícitas:
“Quero ver mandar prender os que te querem morta depois deles terem te matado. Você vai morrer, escapa dessa não”, escreveu o agressor.
As mensagens foram postadas na sexta-feira (25), e no dia seguinte a senadora registrou denúncia junto à Polícia Federal (PF), à Polícia Legislativa do Senado Federal e à Divisão de Assuntos Parlamentares (Daspar) da PF em Brasília.
Reação da senadora
Em suas redes sociais, Ana Paula repudiou as ameaças e afirmou que não será intimidada:
“Após a repercussão do nosso projeto de lei que criminaliza a misoginia, recebemos graves ameaças em nossas redes. Absurdo e covarde. Ameaças de morte não nos intimidam nem vão calar a nossa luta. Já acionamos a Polícia Legislativa do Senado Federal e a Polícia Federal. Quem ameaça será responsabilizado na forma da lei.”
O projeto de lei
O projeto que criminaliza a misoginia — ainda em tramitação no Congresso Nacional — foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e segue agora para votação no plenário do Senado.
A proposta prevê penas para condutas misóginas, tanto em ambientes físicos quanto virtuais, equiparando esse tipo de violência ao crime de racismo e injúria preconceituosa. O objetivo é combater ataques e discursos de ódio dirigidos a mulheres em razão de seu gênero.
Trajetória de Ana Paula Lobato
Ana Paula Lobato assumiu o mandato em definitivo em fevereiro de 2024, após a renúncia de Flávio Dino (PSB) para ocupar uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF). Desde então, tem se destacado por pautas relacionadas aos direitos das mulheres, combate à violência de gênero e igualdade política.
A senadora recebeu manifestações de apoio de colegas do Congresso e de entidades de defesa dos direitos das mulheres após o episódio.
