PF investiga emendas de deputado baiano em obras feitas por empresa investigada por superfaturamento
A Polícia Federal (PF) intensificou as investigações no âmbito da operação Overclean, mirando agora obras de pavimentação nas cidades de Juazeiro e Novo Horizonte, na Bahia, sob suspeita de superfaturamento.
De acordo com informações publicadas pelo portal UOL nesta quinta-feira (9), as obras foram executadas pela empresa Allpha Pavimentações, cujos sócios, os irmãos Alex e Fábio Parente, foram presos em dezembro de 2024 durante a primeira fase da operação.
Deputado Adolfo Viana é citado nas investigações
Além do deputado Elmar Nascimento (União Brasil), já mencionado em fases anteriores da investigação, o deputado federal Adolfo Viana (PSDB) também foi citado no inquérito após destinar R$ 7 milhões em emendas parlamentares para obras realizadas pela Allpha Pavimentações.
Apesar de não ser alvo direto da investigação, a Polícia Federal revelou que Alex Parente realizou 22 visitas ao gabinete de Adolfo Viana entre 2021 e 2024, período em que as obras foram contratadas e executadas.
Os contratos firmados com a empresa somam um total de R$ 40,7 milhões, e a PF apura possíveis irregularidades na aplicação dos recursos e na execução dos serviços de pavimentação.
Operação Overclean
Deflagrada em 2024, a operação Overclean investiga um esquema de desvio de recursos públicos e superfaturamento em contratos de obras e serviços de pavimentação financiados com emendas parlamentares.
Segundo a PF, o grupo empresarial envolvido teria criado um sistema de sobrepreço e lavagem de dinheiro por meio de contratos com prefeituras e órgãos públicos municipais.
A Allpha Pavimentações, com sede na Bahia, é acusada de integrar o núcleo empresarial do esquema, tendo firmado diversos contratos com prefeituras do interior baiano utilizando recursos oriundos de emendas de parlamentares federais.
Próximos passos das investigações
As investigações seguem sob sigilo judicial, e a PF pretende aprofundar as análises de movimentações financeiras e documentos apreendidos nas buscas anteriores.
O objetivo é determinar se houve uso irregular de verbas públicas e eventual participação de agentes políticos no direcionamento dos contratos.
A assessoria do deputado Adolfo Viana ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso. Já o deputado Elmar Nascimento tem negado qualquer envolvimento com irregularidades.
A Polícia Federal deve encaminhar novos relatórios ao Ministério Público Federal (MPF) nas próximas semanas, o que pode resultar em novas diligências e possíveis denúncias criminais.
