MP-BA investiga presidente da Câmara de Camaçari por suspeita de ‘rachadinha’
O Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) abriu investigação contra o presidente da Câmara Municipal de Camaçari, Anilton José Maturino dos Santos, conhecido como Niltinho Maturino (PRB), por suposta participação em um esquema de “rachadinha” — prática em que servidores devolvem parte dos salários ao responsável pela nomeação.
Denúncia aponta devolução de salários de assessores
De acordo com o MP-BA, o objetivo da investigação é apurar se houve repasse ilegal de valores por parte de servidores comissionados e assessores ligados ao gabinete de Niltinho Maturino.
A denúncia foi apresentada pelo Soldado Andrade, responsável por um portal de notícias local, que solicitou ao Ministério Público a apuração de possíveis repasses indevidos feitos por funcionários nomeados na Casa Legislativa.
Gestão de Niltinho já era alvo de críticas
A gestão de Niltinho Maturino à frente da Câmara já havia sido contestada em maio deste ano por 11 vereadores da base governista, que classificaram sua liderança como “preocupante”.
Os parlamentares apontaram falhas administrativas, falta de transparência na distribuição de cargos e possível beneficiamento político dentro da estrutura da Câmara.
Acusações de favorecimento político
Na ocasião, os vereadores questionaram a repartição de cargos, alegando que ela beneficiava o ex-presidente da Câmara e ex-candidato a prefeito, Flávio Matos (União Brasil), derrotado nas últimas eleições municipais.
Segundo as denúncias, Flávio Matos poderia estar recebendo cerca de R$ 100 mil por meio da nomeação de três servidores ligados a ele. A ex-vereadora Professora Angélica (PP), que integrou a chapa de Flávio como vice-prefeita, também teria sido favorecida com valores semelhantes.
As suspeitas foram levantadas após denúncia de um radialista local, cujo nome não foi revelado, o que levou à intensificação das críticas internas na Câmara.
Gratificações milionárias em três meses
Dados do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia (TCM-BA) revelam que, durante apenas três meses da gestão de Niltinho, as gratificações concedidas a servidores somaram mais de R$ 1 milhão.
O Ministério Público agora busca verificar se parte desses valores teria sido retornada de forma irregular a integrantes da Mesa Diretora ou a aliados políticos do presidente.
A Câmara de Camaçari e o vereador Niltinho Maturino ainda não se manifestaram oficialmente sobre as denúncias até o fechamento desta matéria.
