Racha na esquerda? Vereadores de Salvador discordam sobre programa importante: “Desserviço”
O programa “Bahia pela Paz”, lançado pelo governo estadual como nova política de segurança pública, dividiu opiniões entre dois vereadores da esquerda em Salvador.
De um lado, o professor Hamilton Assis (PSOL) questiona a eficácia da iniciativa diante do alto número de mortes de jovens negros em operações policiais. Do outro, a vereadora Marta Rodrigues (PT) defende que as críticas ignoram avanços já alcançados e considera que a oposição ao projeto é um “desserviço”.
A crítica do PSOL
Hamilton Assis apontou que o investimento de R$ 234 milhões no programa ainda não tem refletido em diminuição da violência letal.
“Não existe política de segurança eficaz enquanto o Estado enxergar a juventude negra como alvo e não como sujeito de direitos. O que vemos hoje é um estado que fala em equidade, mas é o mais letal do Brasil em números absolutos”, afirmou o vereador.
A defesa do PT
Sem citar diretamente o colega, Marta Rodrigues rebateu as críticas e destacou que o Bahia pela Paz já apresenta resultados concretos, mesmo em pouco tempo de implementação.
Segundo a vereadora, os coletivos criados pelo programa atenderam mais de sete mil jovens e famílias, com cerca de R$ 80 milhões destinados ao acompanhamento individualizado, dentro de um investimento que ultrapassa os R$ 200 milhões em políticas preventivas.
“É papel dos setores progressistas apoiar e buscar a ampliação dessas iniciativas. Criticar programas como o Bahia pela Paz sem conhecer seus resultados é um desserviço e um retrocesso no campo democrático popular”, afirmou.
Marta também destacou medidas complementares, como a nova portaria da Polícia Militar que afasta policiais envolvidos em operações com mortes e a expansão do uso de câmeras corporais como reforço da transparência.
