Tarcísio visita Bolsonaro em prisão domiciliar ao lado de Flávio e Jair Renan
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), visitou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta segunda-feira (29), em sua prisão domiciliar, no Jardim Botânico, em Brasília. O encontro contou também com a presença do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e do vereador Jair Renan (PL-SC).
Encontro autorizado pelo STF
A visita foi solicitada no último dia 15 e autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), apenas para esta segunda-feira. O governador incluiu a viagem em sua agenda oficial, mas não citou o encontro com o ex-presidente.
Na chegada, um pequeno grupo de manifestantes exibiu uma faixa com a frase: “E aí Tarcísio, já desistiu da Presidência?” e gritou palavras de ordem contra a anistia.
Eleições 2026 e projeto de penas
Segundo aliados, os temas centrais da reunião incluíram a disputa presidencial de 2026 e o projeto de redução de penas para os condenados por atos golpistas, relatado pelo deputado Paulinho da Força (Solidariedade).
Enquanto o PL segue defendendo anistia ampla, setores do Congresso apontam que a proposta não tem apoio suficiente para avançar. A avaliação é que a redução de penas pode ser a única saída viável para beneficiar Bolsonaro, condenado a 27 anos de prisão e atualmente em regime domiciliar.
Cenário político em mudança
Apadrinhado político de Bolsonaro, Tarcísio é visto pelo Centrão e por parte do empresariado como o nome mais competitivo da direita para 2026. No entanto, sua oscilação entre o discurso moderado e o alinhamento ao bolsonarismo radical tem sido apontada como entrave.
Além disso, o próprio Bolsonaro insiste em manter seu nome na corrida presidencial, enquanto Eduardo Bolsonaro (PL-SP) também lançou publicamente a intenção de disputar o Planalto.
Desafios para Tarcísio
O episódio ocorre em um momento de indefinição no campo da direita. Após o 7 de Setembro, quando Tarcísio fez críticas duras ao STF, aliados avaliaram o gesto como um erro que pode afastar setores moderados.
Ainda assim, o governador segue no radar como potencial candidato, embora próximos afirmem que sua prioridade, por ora, é a reeleição em São Paulo. A decisão final deve ser tomada até março de 2026, prazo para desincompatibilização do cargo.
