sexta-feira, 5 dezembro 2025
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Mais de 70% dos municípios da Bahia têm situação fiscal difícil ou crítica, aponta Firjan

Estudo da Firjan mostra que sete em cada dez cidades baianas enfrentam dificuldades fiscais em 2024, enquanto Salvador se destaca entre as melhores gestões do país.

Firjan aponta dificuldades fiscais em municípios da Bahia

Um levantamento da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) revelou que 71,3% dos municípios da Bahia estão em situação fiscal difícil ou crítica. O estudo faz parte do Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF), que avaliou 369 cidades baianas em 2024, o equivalente a 88,5% do total de 417 municípios.

Notas da Bahia abaixo da média nacional

A Bahia registrou nota média de 0,5019 ponto, desempenho 23,2% inferior à média nacional, que foi de 0,6531. De acordo com a metodologia do IFGF, índices abaixo de 0,4 indicam situação crítica; entre 0,4 e 0,6, dificuldade; de 0,6 a 0,8, boa gestão; e acima de 0,8, excelência.

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Apesar do quadro negativo, 24,9% das prefeituras baianas tiveram boa gestão fiscal, e 3,8% alcançaram nível de excelência em 2024.

Autonomia é o maior desafio

O indicador mais preocupante foi o de Autonomia, que atingiu média de 0,1818 ponto, 58,7% abaixo do índice nacional. Em 156 cidades, como Cícero Dantas, Cipó e Central, o índice foi zero, mostrando total dependência de repasses federais.

Gastos com pessoal têm melhor resultado

O melhor desempenho veio dos Gastos com Pessoal, com média de 0,6662 ponto. Entre as 369 prefeituras avaliadas, 234 foram classificadas com boa ou excelente gestão. No entanto, 86 ultrapassaram o limite de alerta da Lei de Responsabilidade Fiscal, que é de 54% da receita comprometida com pessoal, e 20 excederam o teto de 60%.

Liquidez e investimentos

No quesito Liquidez, a Bahia obteve média de 0,5327 ponto, 20,4% abaixo da nacional. Quase três quartos das cidades (73,4%) encerraram o ano em situação difícil ou crítica.

Já em Investimentos, o estado se destacou positivamente, com média de 0,6268 ponto. Mais da metade das cidades (50,9%) apresentou elevado nível de investimento, e 90 prefeituras obtiveram nota máxima.

Salvador entre as melhores gestões do Brasil

Na contramão da média estadual, Salvador registrou 0,9460 ponto, sendo uma das capitais com melhor gestão fiscal do país. A capital baiana recebeu nota máxima em Autonomia, Gastos com Pessoal e Investimentos, além de 0,7839 em Liquidez. No ranking nacional, ficou em 3º lugar, atrás apenas de São Paulo (SP) e Vitória (ES).

Panorama nacional

No Brasil, a média geral foi de 0,6531 ponto em 2024, considerada boa situação fiscal. Ainda assim, 36% dos municípios brasileiros, que concentram cerca de 46 milhões de habitantes, enfrentam cenário difícil ou crítico. Capitais como Cuiabá (MT) e Campo Grande (MS) estão entre elas.

Firjan cobra maior responsabilidade dos gestores

O presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano, destacou a gravidade da situação.

“Não podemos aceitar esse cenário. Mesmo em momento de conjuntura econômica favorável, a maioria das cidades apresenta péssimos resultados”, afirmou.

Já o gerente de Estudos Econômicos da entidade, Jonathas Goulart, reforçou a necessidade de reformas estruturais:

“É preciso rever os critérios de distribuição de recursos, estimular a arrecadação local e garantir eficiência nos gastos públicos. A reforma administrativa também é essencial para flexibilizar orçamentos e otimizar despesas com pessoal”, declarou.

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Gabriel Figueiredo
Gabriel Figueiredo
Gabriel Figueiredo, jornalista baiano, nascido em Feira de Santana, com mais de 15 anos de experiência, é referência em notícias locais e inovação do Minha Bahia.
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