Otto critica PEC da Blindagem: favorece criminosos no Legislativo
O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Otto Alencar (PSD-BA), foi enfático ao criticar a PEC da Blindagem, aprovada pela Câmara dos Deputados em dois turnos na última terça-feira (16). Segundo ele, a medida abre espaço para que organizações criminosas se infiltrem no Congresso Nacional.
“Vai ser o caminho para se colocar parlamentares aqui com essa proteção, para que possam exercer o poder de ajudar o crime organizado, quando esse crime organizado tem que ser perseguido, punido”, afirmou Otto em entrevista à GloboNews nesta quarta (17).
“Não vai passar no Senado”
Otto garantiu que a proposta não terá votos suficientes para ser aprovada:
“Nunca imaginei que deputados tivessem essa sem-cerimônia. Essa PEC não passa aqui. Não passa de jeito nenhum. Isso é inimaginável. Não tem 49 votos no Senado.”
O senador lembrou ainda que o Senado tende a ser mais resistente a pautas polêmicas, sobretudo em um momento em que dois terços da Casa estarão em disputa nas eleições de 2026.
Wagner reforça críticas
O senador Jaques Wagner (PT-BA) também se manifestou contra a PEC. Em vídeo publicado no X (antigo Twitter), classificou a proposta como uma tentativa de impunidade parlamentar:
“Queriam que na hora dessa votação o voto fosse secreto, para se esconder. Essa PEC não vai passar no Senado, pelo menos se depender de mim. E eu tenho certeza que a maioria dos senhores e senhoras senadores não vão aprovar esse absurdo.”
O que prevê a PEC da Blindagem
Se aprovada, a PEC limitaria a prisão de deputados e senadores apenas a casos de flagrante por crime inafiançável, como racismo, tortura, tráfico de drogas e crimes hediondos. Além disso, o plenário da Casa ainda decidiria se a prisão deve ser mantida.
A proposta foi articulada por parlamentares da oposição como parte da estratégia de blindagem da classe política, em meio a tensões com o Judiciário.
