Prefeito de Ibitiara é denunciado por fraudes em contratos e nepotismo
Prefeito de Ibitiara é acusado de fraudes em contratos de combustíveis e pneus, além de nepotismo. Denúncia foi protocolada no MP-BA e no TCM.
Denúncia envolve combustíveis, pneus e baterias
O prefeito de Ibitiara, Wilson dos Santos Souza, conhecido como Wilson de Bududa (PSD), foi denunciado ao Ministério Público da Bahia (MP-BA) e ao Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-BA) por supostas fraudes em contratos de combustíveis, pneus e baterias. Segundo os parlamentares Dilma de Narciso e Miguel do Caldeirão (PT), a gestão teria adquirido 1.457 pneus e 244 baterias em apenas dois anos, número considerado desproporcional à frota municipal.
Entre os casos destacados, há registros de veículos que teriam recebido até nove trocas de bateria em dois anos e um automóvel que teria substituído 24 pneus em apenas dois meses. Documentos anexados à denúncia incluem notas fiscais, registros do portal da transparência, laudos fotográficos e cópias contratuais.
Acusações de desvio de recursos da saúde
A denúncia aponta ainda superfaturamento e simulação de abastecimento de veículos da Secretaria Municipal de Saúde, inclusive retroescavadeiras e moto niveladoras sucateadas que, mesmo inoperantes, apareciam em registros de consumo de combustível. O suposto esquema teria gerado um pagamento indevido de R$ 36,7 mil, utilizando inclusive recursos do Sistema Único de Saúde (SUS).
Nepotismo e cargos de aliados políticos
Além das suspeitas financeiras, os parlamentares acusam o prefeito de nepotismo. Após ser reeleito em 2024, Wilson de Bududa criou duas novas secretarias — Planejamento e Transportes — e nomeou a filha, Daiane Aparecida Oliveira Souza, e o ex-vereador Jacson Moreira dos Santos para comandar as pastas. Outros familiares e aliados políticos, como o genro e a cunhada do prefeito, também ocupam cargos de primeiro escalão.
Segundo a denúncia, três dos oito secretários municipais são parentes diretos do prefeito, o que representa 37,5% do secretariado. Para os denunciantes, essa prática configura desvio de finalidade e uso da máquina pública como moeda de compensação política.
Pedido de bloqueio de bens e responsabilização
As representações protocoladas pedem apuração dos fatos, bloqueio cautelar de bens dos envolvidos, ressarcimento integral aos cofres públicos e eventual responsabilização administrativa, civil e penal de agentes e empresas contratadas.
A reportagem entrou em contato com o prefeito Wilson de Bududa, mas ainda não obteve resposta.
