Ricardo Salles se torna réu no STF por acusação de contrabando florestal
STF aceita denúncia da PGR e torna Ricardo Salles réu por contrabando florestal no período em que foi ministro do Meio Ambiente.
Decisão assinada por Alexandre de Moraes
O Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou a manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) e tornou o deputado federal Ricardo Salles (Novo-SP) réu em ação penal por contrabando florestal. O caso remete ao período em que o parlamentar era ministro do Meio Ambiente, no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A decisão foi assinada na noite desta quinta-feira (5) pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do processo.
Origem do processo e denúncias
O processo teve início a partir de uma notícia-crime apresentada pelos ex-deputados Joenia Wapichana (Rede-RR) e Alessandro Molon (PSB-RJ), que se basearam em vídeos de uma reunião ministerial realizada em abril de 2020.
Segundo o documento, “a Polícia Federal representou, ainda, pelo deferimento de inúmeras diligências criminais em face de diversos agentes públicos e pessoas jurídicas, em tese envolvidos em grave esquema de facilitação ao contrabando de produtos florestais”.
Arquivamento e retomada do caso
A ação foi arquivada no mesmo ano, mas acabou desarquivada em 2021 pelo ministro Alexandre de Moraes. A denúncia formal foi apresentada em 2023 e incluiu 22 pessoas.
Em junho de 2021, Ricardo Salles pediu demissão do cargo de ministro do Meio Ambiente, deixando o governo Bolsonaro.
Operação da Polícia Federal
Ainda em 2021, a Polícia Federal deflagrou uma operação que teve como alvo o então ministro e sua pasta. A investigação resultou no afastamento de dez servidores do Ibama e do Ministério do Meio Ambiente que ocupavam cargos de confiança.
Investigação sobre exportação de madeira
As apurações indicaram que um despacho do ministério teria autorizado a exportação de produtos florestais sem necessidade de emissão prévia de autorização. A medida teria atendido a pedidos de empresas que tiveram cargas apreendidas nos Estados Unidos e na Europa, levantando suspeitas sobre facilitação de contrabando.
