Jerônimo chama de fake news relatório sobre a Ponte Salvador-Itaparica contratado pela Seinfra
Jerônimo Rodrigues chamou de fake news relatório da Fipe contratado pela Seinfra sobre a Ponte Salvador-Itaparica e criticou jornalistas durante coletiva.
O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), classificou como “fake news” o relatório da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) que aponta entraves e riscos na construção da Ponte Salvador-Itaparica. O detalhe é que o estudo foi contratado pelo próprio governo estadual, por meio da Secretaria de Infraestrutura (Seinfra), para prestar serviços técnicos de consultoria e apoio multidisciplinar.
Durante coletiva nesta quarta-feira (3), Jerônimo disse ter visto um vídeo que repercutia os dados do relatório e demonstrou irritação com a divulgação:
“Eu vi um vídeo, não sei de quem foi, um negócio ridículo, aquilo é fake, gente. Parece que tem gente torcendo contra. Eu ofereço àquele rapaz que fez aquele vídeo as informações, eu coloco a minha equipe hoje para explicar que aquilo é especulação, que não tem a ver. Parece que estão torcendo contra a ponte”, afirmou.
Constrangimento durante coletiva
O vídeo em questão foi produzido por um jornalista do Bahia Notícias, que apenas repercutiu os pontos técnicos do relatório encomendado pela própria gestão. Durante a entrevista, Jerônimo chegou a encurralar o repórter:
“Se o processo não anda, criticam porque está lento. Quando começa a andar, está tendo diálogo com as comunidades… Eu quero rever aquele vídeo que eu vi, eu não me lembro o nome… foi você, foi você, o vídeo foi seu”, disse o governador em tom de cobrança.
Questionado, o jornalista respondeu: “Foi o relatório, governador”. Em seguida, Jerônimo mostrou desconhecimento sobre a origem do documento: “Quem fez o relatório, foi do Governo do Estado?”.
Contexto
O relatório da Fipe contratado pela Seinfra faz parte de um conjunto de análises técnicas que avaliam a viabilidade da Ponte Salvador-Itaparica, projeto orçado em bilhões e considerado estratégico para a Bahia. O estudo apontava riscos relacionados a custos, cronograma e impacto ambiental, mas também sugeria soluções.
Ao negar a legitimidade do relatório e acusar a imprensa de “torcer contra”, Jerônimo expôs uma contradição dentro do próprio governo, já que a análise foi encomendada oficialmente por sua gestão.
