Justiça determina cassação de prefeito e vice-prefeita de Contendas do Sincorá por compra de votos
Justiça Eleitoral cassa prefeito e vice de Contendas do Sincorá (BA) por compra de votos. Esquema envolvia dinheiro, cestas básicas e botijão de gás. Decisão cabe recurso.
A Justiça Eleitoral da Bahia determinou a cassação dos mandatos do prefeito de Contendas do Sincorá, Ueliton Valdir Palmeira Souza (Avante), conhecido como Didi, e da vice-prefeita Erica Brito de Oliveira (Avante). Ambos são acusados de montar um esquema de compra de votos durante as eleições de 2024, com pagamentos em dinheiro, cestas básicas, contas de energia, água e até botijão de gás.
A decisão foi proferida pelo juiz Raimundo Saraiva Barreto Sobrinho, da 58ª Zona Eleitoral, e publicada no Diário da Justiça Eletrônico do TRE-BA na quarta-feira (27). Além do prefeito e da vice, outras duas pessoas são investigadas, incluindo a filha de Ueliton Souza, apontada como responsável por receber eleitores em casa e realizar transferências via PIX.
Esquema de compra de votos
De acordo com a investigação, o prefeito e a vice teriam oferecido valores entre R$ 500 e R$ 2.000 para eleitores em troca de apoio nas urnas. Também foram citados casos de pagamento de contas de consumo e entrega de alimentos e botijões de gás.
A eleição de Ueliton e Erica foi decidida por uma diferença de apenas 58 votos, o que reforçou a gravidade das denúncias.
Penalidades impostas
Além da cassação, o juiz decretou a inelegibilidade de Ueliton Souza por oito anos. Ele e a filha foram condenados ainda ao pagamento de multa de R$ 10 mil cada.
Caso a decisão seja confirmada em instâncias superiores, novas eleições deverão ser convocadas em Contendas do Sincorá.
Defesa do prefeito e da vice
Em nota divulgada nas redes sociais, o prefeito e a vice-prefeita classificaram a decisão como “surpreendente” e alegaram que não há provas de irregularidades.
“O prefeito mantém plena convicção na lisura de seus atos durante a campanha eleitoral e reitera sua confiança de que o TRE reconhecerá a legalidade de sua conduta”, diz o comunicado.
Eles também negaram que haja definição sobre novas eleições no município e reafirmaram “o compromisso com a legalidade, a transparência e o respeito às instituições democráticas”.
