Bolsonaro pede absolvição ao STF e nega participação em suposta tentativa de golpe
Ex-presidente Jair Bolsonaro pede absolvição ao STF e alega falta de provas em ação sobre tentativa de golpe. Defesa questiona delação de Mauro Cid.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou, nesta quarta-feira (13/8), as alegações finais no processo em que é acusado de participar de uma tentativa de golpe de Estado. O caso tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) e está na última fase antes do julgamento do chamado “núcleo 1” da suposta trama.
A defesa argumenta que não há provas que sustentem as acusações feitas pela Procuradoria-Geral da República (PGR), pede o reconhecimento de cerceamento de defesa e a nulidade da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens.
Argumentos da defesa
A PGR sustenta que Bolsonaro teria liderado um plano para desacreditar o sistema eleitoral e se manter no poder, citando uma live, reuniões ministeriais e encontros com embaixadores. A acusação também menciona uma minuta golpista prevendo prisão de autoridades e intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A defesa rebate:
Afirma que não existe nos autos o texto que previa prisão de ministros do STF.
Diz que Bolsonaro determinou a transição pacífica do governo.
Classifica a acusação como “tão absurda quanto alternativa”.
Argumenta que o ex-presidente não teve relação com planos como “Punhal Verde Amarelo”, “Luneta” e “Copa 22”, que previam prisão e morte de autoridades.
“Enfim, não há como condenar Jair Bolsonaro com base na prova produzida nos autos…”, afirma a peça de defesa.
Crimes imputados
Os oito réus do núcleo 1, incluindo Bolsonaro, respondem por:
Organização criminosa armada
Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
Golpe de Estado
Dano qualificado contra patrimônio da União
Deterioração de patrimônio tombado
Quem são os outros réus
Entre os acusados estão: Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Mauro Cid, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto (único preso). Todos foram interrogados pela Primeira Turma do STF.
O julgamento, relatado pelo ministro Alexandre de Moraes, pode ocorrer em setembro.
