MP investiga aterro de Salvador desde 2005 por riscos ambientais
Aterro Metropolitano de Salvador é investigado pelo MP-BA desde 2005 por danos ambientais. UFBA alerta para riscos em região próxima ao rio Itinga.
Operado pela Battre, Aterro Metropolitano Centro é acusado de assoreamento de rios e impacto em mananciais
O Aterro Metropolitano Centro, localizado em Salvador e sob responsabilidade da empresa Battre, está sendo investigado pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) desde 2005. De acordo com matéria veiculada pela CNN Brasil, o inquérito civil aberto há quase duas décadas apura possíveis danos ambientais causados pela operação do aterro.
Acusações envolvem assoreamento e transporte irregular de resíduos
Segundo o MP, entre os impactos ambientais apontados estão o assoreamento de corpos hídricos — processo de acúmulo de sedimentos que compromete a vazão dos rios — e o lançamento indevido de resíduos sólidos nos mananciais próximos ao aterro. Esses fatores colocam em risco áreas ambientais sensíveis da capital baiana.
Estudo da UFBA aponta falhas no controle de poluentes
Uma pesquisa conduzida pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) identificou falhas no controle de poluição nas áreas vizinhas ao aterro. O local está situado na microbacia do rio Itinga, um importante manancial para o abastecimento de água da capital, o que eleva ainda mais o grau de preocupação com os possíveis impactos ambientais da atividade.
Secretaria de Meio Ambiente aponta risco ambiental
A Secretaria Estadual de Meio Ambiente da Bahia (Sema) também foi acionada para apurar as queixas de moradores em relação a odores fortes vindos do aterro. Após a investigação, a Sema confirmou a existência de risco ambiental em virtude da proximidade do aterro com o rio Itinga, embora não tenha atestado contaminação direta da área.
Prefeitura é responsável pela fiscalização, diz Sema
Em nota, a Secretaria esclareceu ainda que a responsabilidade pela fiscalização direta do Aterro Metropolitano Centro é da Prefeitura de Salvador. Até o momento, não houve um posicionamento oficial da gestão municipal ou da empresa Battre sobre os desdobramentos da investigação.
Quase duas décadas de inquérito sem desfecho
Apesar do inquérito ter sido instaurado ainda em 2005, até agora não houve uma conclusão definitiva por parte do Ministério Público. A longa duração do processo e a ausência de medidas mais incisivas geram críticas de ambientalistas e da população local, que apontam lentidão nas respostas institucionais diante dos potenciais danos ambientais.
O caso reacende o debate sobre a gestão de resíduos sólidos na capital baiana e a necessidade de ações mais eficazes para garantir a proteção dos recursos naturais da cidade.
