Grupo de Elinaldo vê com alívio saída de Flávio Matos e acusa ex-presidente da Câmara de traição
Grupo de Elinaldo Araújo reage com alívio à saída de Flávio Matos, acusado de traição política e quebra de acordos em Camaçari. Ex-presidente da Câmara agora segue rumo à Câmara Federal.
Bastidores políticos de Camaçari revelam mágoa e racha após rompimento com ex-candidato apoiado por Elinaldo Araújo
Camaçari vive um cenário de “terceiro turno” eleitoral com a crise entre o ex-presidente da Câmara Municipal, Flávio Matos, e o grupo liderado pelo ex-prefeito Elinaldo Araújo (União Brasil). Após ser derrotado por Luiz Caetano (PT) na eleição de 2024, Flávio anunciou sua saída do União Brasil e ingresso no PL, mirando agora uma vaga na Câmara dos Deputados.
Grupo de Elinaldo considera saída como alívio
Nos bastidores, aliados de Elinaldo afirmam que a ruptura foi recebida com alívio. Segundo fontes próximas ao ex-prefeito, Flávio já vinha dando sinais de insubordinação e desrespeito a acordos políticos desde o fim da eleição.
“Ele agia como se os 70 mil votos fossem só dele, ignorando o trabalho coletivo que sustentou sua candidatura”, revelou uma liderança sob anonimato.
A decisão de Flávio de deixar o partido e romper com o grupo foi considerada uma traição direta a Elinaldo, que foi seu principal articulador político nos últimos anos. “Foi uma punhalada nas costas. Elinaldo sempre fez tudo por ele”, declarou um aliado histórico.
Desgaste interno e perfil desagregador acirraram crise
Integrantes do grupo “azul” relataram que Flávio adotou um perfil autoritário e desagregador, afastando nomes importantes do projeto político, como o ex-vereador Junior Borges e o vereador Dilson Magalhães Jr., que migraram para o grupo de Caetano ainda no segundo turno. Há relatos de que Flávio articulava contra lideranças do próprio grupo para beneficiar aliados mais próximos, o que gerou rachaduras e desconfiança.
Rompimento de acordos políticos amplia insatisfação
Outro motivo de atrito foi o suposto rompimento de um acordo político que previa apoio conjunto à reeleição dos deputados Paulo Azi (federal) e Manuel Rocha (estadual). Ao anunciar sua pré-candidatura a deputado federal, Flávio teria ignorado esse compromisso. Embora negue que o acordo tenha existido, Elinaldo reafirmou em entrevista que ele sempre foi claro: apoio do grupo a Azi, Rocha e a ele próprio para deputado estadual.
Grupo político se reorganiza após saída
Nenhum vereador do grupo teria declarado apoio à pré-candidatura de Flávio, o que reforça o isolamento político do ex-presidente da Câmara. Segundo relatos, a saída dele é vista como uma oportunidade de reestruturação interna com mais harmonia.
“Elinaldo fez questão de dar estrutura a Flávio. Agora, foi ele quem rompeu o pacto”, disse um aliado do ex-prefeito.
Apesar de evitar críticas públicas mais duras, Elinaldo não esconde a decepção entre os seus aliados mais próximos. A avaliação interna é de que a saída de Flávio permitirá ao grupo retomar a unidade e reorganizar o campo oposicionista em Camaçari para os próximos pleitos.
