Articulação de deputados do PP pela Cerb se intensifica e Geddel, dono do pedaço, reage: “Vão para outras pastagens”
A movimentação política em torno do controle da Companhia de Engenharia Hídrica e de Saneamento da Bahia (Cerb) ganhou novos contornos nesta segunda-feira (02), com a reação do ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB) às articulações de deputados do Progressistas (PP) para assumir a presidência do órgão.
Reação de Geddel
Geddel, conhecido pela sua forte influência no MDB baiano, usou as redes sociais para criticar a tentativa de deputados do PP de reivindicar o controle da Cerb. “Falaram isso no anonimato? Tem força política? Tem o que mais? Mais deputados? Ah! E falta o que? Falta lealdade. Vão para outras pastagens. O governador sabe quem andou com ele e é um homem decente”, escreveu o ex-ministro, defendendo a permanência do seu grupo no comando da Cerb.
Disputa pelo Controle
A Cerb e a Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento (SIHS), à qual a companhia é vinculada, estão atualmente sob o comando do MDB. Jayme Vieira Lima Filho, primo de Geddel, preside a Cerb, enquanto Larissa Moraes, também ligada ao MDB, comanda a SIHS. Ambos foram indicados por Geddel e pelo seu irmão, Lúcio Vieira Lima, presidente de honra do partido na Bahia.
A intenção do PP, partido que controlou a Cerb antes de romper com o PT em 2022, é voltar a ter influência sobre o órgão, que desempenha um papel crucial na “política na ponta”, oferecendo serviços diretos à população, como o fornecimento de água.
Interesse Estratégico
A Cerb desperta maior interesse do que algumas secretarias por sua estrutura e capilaridade, tornando-se um ativo valioso para qualquer partido que busca fortalecer sua base política e expandir sua influência. Deputados do PP, que buscam se reaproximar do governo Jerônimo Rodrigues (PT), argumentam que preferem um órgão com esse perfil a secretarias com menos poder político, como a de Planejamento.
Divisões no PP
O movimento do PP reflete as divisões internas do partido. Enquanto a maioria dos deputados estaduais pepistas já está na base de apoio de Jerônimo, lideranças como João Leão e Cacá Leão, que comandam a ala mais próxima ao ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União), preferem manter certa distância do governo estadual.