sábado, 23 novembro 2024
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Alexandre de Moraes direciona investigações e pede ajustes em relatórios contra bolsonaristas, apontam mensagens

Mensagens revelam que o ministro Alexandre de Moraes teria escolhido alvos e solicitado ajustes em relatórios no âmbito das investigações contra bolsonaristas. Entenda os detalhes.

Alexandre de Moraes direciona investigações e solicita ajustes em relatórios contra bolsonaristas, revelam mensagens

Recentes revelações indicam que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), teria influenciado diretamente na escolha de alvos e na elaboração de relatórios durante investigações contra bolsonaristas. Mensagens trocadas entre membros de seu gabinete no STF e o órgão de combate à desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apontam que Moraes e seu juiz assessor teriam indicado alvos específicos e solicitado ajustes em relatórios para sustentar ações determinadas, como bloqueios de contas e redes sociais.

Direcionamento de alvos e ajustes em relatórios

As conversas reveladas mostram que, em diversas ocasiões, os alvos das investigações eram determinados diretamente por Alexandre de Moraes ou por seu juiz instrutor, Airton Vieira. Um exemplo disso ocorreu em dezembro de 2022, quando Vieira solicitou ao chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE, Eduardo Tagliaferro, que levantasse informações sobre “revistas golpistas” para desmonetizá-las nas redes sociais. A revista Oeste, conhecida por seu perfil de direita, foi um dos alvos mencionados.

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As mensagens também mostram que Tagliaferro relatou dificuldades em encontrar conteúdos que justificassem as medidas solicitadas, ao que Vieira respondeu para “usar criatividade” e ajustar os relatórios para refletir o entendimento do ministro de que as publicações estavam “extrapolando”.

Relatórios sob medida

Outro caso revelado envolve o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Em novembro de 2022, mensagens entre os assessores indicam que Moraes teria interesse em relacionar Bolsonaro ao argentino Fernando Cerimedo, acusado de disseminar desinformação sobre fraudes nas eleições. Um relatório foi elaborado para estabelecer essa conexão, o que resultou em ações como o bloqueio de sites e contas, conforme orientado pelo ministro.

As mensagens obtidas também indicam que os relatórios eram frequentemente modificados ou ajustados conforme as diretrizes e expectativas do gabinete de Moraes, com o objetivo de embasar ações específicas já determinadas, como multas ou bloqueios.

Repercussão e resposta

Procurado pela reportagem, o gabinete de Alexandre de Moraes afirmou que todos os procedimentos foram realizados de forma oficial e documentada, com a participação integral da Procuradoria-Geral da República (PGR). Eduardo Tagliaferro, por sua vez, declarou que cumpria ordens e que não cometeu ilegalidades.

Essas revelações levantam questões sobre a imparcialidade e a condução das investigações envolvendo figuras ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A divulgação das mensagens pode intensificar as críticas sobre o papel de Moraes nas investigações e sobre os métodos empregados para perseguir determinados alvos políticos.

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Gabriel Figueiredo
Gabriel Figueiredo
Gabriel Figueiredo, jornalista baiano, nascido em Feira de Santana, com mais de 15 anos de experiência, é referência em notícias locais e inovação do Minha Bahia.
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